sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Choque de partículas no LHC deve ocorrer em breve.

O esperado choque entre partículas no LHC – sigla para Grande Colisor de Hádrons, o acelerador de partículas criado pelo Laboratório Europeu para a Física Nuclear (Cern) para reproduzir as condições que teriam surgido frações de segundo após o Big Bang -, deve acontecer nos próximos dias, segundo relato de Andre Rabelo dos Anjos, físico brasileiro filiado à Universidade de Wisconsin, nos Estados Unidos, que acompanha de perto o experimento na Suíça. Em entrevista ao Portal Estadão, ele disse que não há uma data fechada para colocar as partículas em rota de colisão e é possível que, caso o experimento continue no bom ritmo atual, o choque aconteça em breve.

Rabelo dos Anjos explicou que os cientistas estão animados com os experimentos feitos no LHC hoje. “Agora eles começam a introduzir o feixe no segundo sentido”, relata Rabelo dos Anjos. No começo da manhã, um primeiro feixe foi colocado no LHC e, após as partículas completarem uma volta na máquina, que tem 27 km, um segundo feixe foi introduzido no sentido oposto.

“Os brasileiros têm participação em vários experimentos”, diz. Rabelo dos Anjos explica que o objetivo do LHC “é desvendar os últimos mistérios da física de partículas”. Segundo ele, os resultados não têm impacto direto na vida das pessoas. No entanto, toda a tecnologia produzida ao redor do experimento terá um impacto grande.

Para ilustrar, o físico comenta a ida do homem à Lua. “Ir à Lua não afeta sua vida diretamente. Mas para o homem ir à Lua foi preciso inventar o cristal liquido e ele sim foi importante para a vida das pessoas”. A tecnologia criada para o experimento pode ser usada para outras áreas.
Em relação ao medo de algumas pessoas de que o mundo poderia acabar com o início das operações do LHC, o físico afirma que tudo não passa de especulações de quem não conhece detalhes da operação. “A possibilidade disso acontecer é zero. É possível comparar com a probabilidade de você correndo atravessar um muro”. Além disso, ele afirma que os físicos envolvidos no projeto tratam tal especulação como “uma grande piada”.AE


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